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Indicados ao pr�mio Filme Livre (m�dias e longas)


O prêmio Filme Livre! 2007 é para filmes com mais de 16 minutos feitos sem o apoio estatal. São 5 filmes indicados, que concorrerão ao Troféu Filme Livre! e mais serviços do Ateliê do Som, Aion Cinematográfica, Motion Panavision e CTAv e Apema.

A sessão especial deste prêmio, quando os filmes poderão ser vistos juntos será na Sala de Vídeo do CCBB na sala de Vídeo CCBB na terça-feira 13/2 15h.

Éternau
RS | 2006 | 21’ | 16mm/DVD
De Gustavo Jahn
AVENTURA, alegoria kitsch ou ficção científica? Não importa. Aí vão 5 pistas falsas (verdadeiras): Godard, Antonioni, Sganzerla, Ed Wood e Almodóvar (?), e mais HQ e Stan Brakhage... Os realizadores Gustavo Jahn e Melissa Dullius deglutiram o cinema fantástico pós-moderno e criaram um filme híper-estilizado onde abandonam o navio (e a canoa furada) do cinema careta em busca de um cinema selvagem, correndo todos os riscos de maremotos e avalanches. A direção de arte de Melissa Dullius é extravagante, atemporal, psicodelicamente deliciosa. (CHICO SERRA)

Gabinete das Figuras Variadas
MG | 2006 | 21’ | DVD
De Fábio Carvalho
A CERTA ALTURA do filme, uma narração em off adverte o espectador: “Este filme não é para ser julgado...”. A partir daí, qualquer tentativa de texto crítico e reflexivo sobre este filme seja talvez menos importante que a experiência de assisti-lo. Gabinete é uma espécie de filme ritual, que mistura teorias sobre o nascimento dos deuses e uma ode ao naturalismo, espiritismo e a cultura popular... Rocambolesco? Lá pelas tantas, o diretor aconselha em off os jovens cineastas a filmarem em 16mm, um conselho para lá de anacrônico, talvez o único deslize do filme. No mais, ressaltam os planos livres, carregados de misticismo, fazendo do filme uma espécie de manifesto anti-tecnológico... As mitologias evocadas vão além da formação cultural-religiosa deste que vos escreve, mas posso afirmar que se trata de um filme aberto, livre, sem fundamentalismos “xiitas”... Um filme sincrético, de uma natureza poética pouco vista nos atuais curtas brasileiros, salvo o pessoal da Teia, de Belo Horizonte, e outras escassas tentativas isoladas. (CHICO SERRA)

Guará Ladrão de Estrelas
MG | 2006 | 26’ | DVD
De Fábio Carvalho
UM FUNERAL DE um ponto de vista inusitado. No elenco, Paulo César Peréio, Maria Gladys, Neville D’Almeida, Jorge Mourão, entre muitos outros. O primeiro plano de Guará, Ladrão de Estrelas, é uma subjetiva do corpo de Guará, dentro de seu caixão, momentos antes de ser enterrado, em 2006. Os depoimentos de um grupo de amigos cineastas, estética e afetivamente ligados ao ator, é captado sem maneirismos, deixando à vontade os amigos presentes, rendendo homenagens e um inusitado ritual. A câmera subjetiva possibilita uma tentativa de filme-póstumo, dirigido e estrelado ao vivo por muitos que realizaram com ele memoráveis pérolas cinematográficas, como Familia do Barulho, de Julio Bressane, Copacabana Mon Amour,
de Sganzerla e Jardim de Guerra, de Neville, entre outras. (CHICO SERRA)

Vaga-lume
RJ | 2005 | 32’ | DVD
De Augusto Malbouisson e Gustavo Lacerda
SE O CINEMA É visto como a arte de luz e sombras, Vaga-Lume recupera o espírito do primeiro cinema, ao propor uma investigação rigorosa dos efeitos luminosos sobre diversas superfícies, seja entre luz incidente e refletida, ou mesmo com diferentes fontes emissoras. No entanto, a grande força desse singular vídeo é que o que poderia soar como mero recurso formalista acaba ganhando um escopo muito mais abrangente. Um certo contexto místico, dialogando com Text of Light, de Stan Brakhage, se insere especialmente no diálogo entre as imagens de Gustavo Lacerda e a trilha sonora de Augusto Malbouisson. Entre imagem e som, surgem novos diálogos, paralelos e convergentes. Mas somente ao final seu grande projeto se desvela por completo. Do interior ao exterior, do dia à noite, retornando para o dia, Vaga-Lume passa a ser um ensaio sobre o tempo e o espaço no cinema, e especialmente sobre uma metafísica da liberdade, quando a água da chuva escorre pelos telhados até as nossas retinas. Pela forma inventiva e vanguardista como trata esses temas, Vaga-Lume é, desde já, um dos maiores destaques desta Mostra do Filme Livre. (MARCELO IKEDA)

O filme abaixo está indicado, porém, pela duração, não passará na sessão indicada, apenas no Panorama 1.
Kollasuyo
SP | 2006 | 52’ | Mini-DV/Betacam
De Pedro Dantas
KOLLASUYO, nome indígena da região que corresponde ao território da Bolívia, antes da dominação espanhola, documenta o militarismo e a resistência indígena e camponesa na América Latina, particularmente registrando dois momentos de lutas recentes articuladas pelo povo boliviano, entre fevereiro e outubro de 2003. Da memória dos povos arraigados a terra, surge a mensagem de luta permanente pela recuperação da identidade, herança de Tupac Amaru e outras tantas lideranças de insurreições populares. A cultura européia, através da dominação pelo cristianismo, escravizou índios e camponeses, separando das nações indígenas o conceito da Terra-Mãe (Patchamama), dissolvendo identidades e extraindo das terras latinas a matéria-prima para o desenvolvimento do capitalismo na Europa e no resto do mundo. Potosi, cujas minas de prata fizeram nascer o capitalismo europeu, é hoje a cidade mais pobre da Bolívia.Muito além do registro histórico do momento que precedeu a eleição de Evo Morales, primeiro presidente indígena da América Latina, Kollasuyo é um manifesto a permanente luta pela memória e recuperação da identidade e da dignidade das populações indígenas da América Latina. (CHICO SERRA)









Mostra do Filme Livre 2011
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