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Sess�o Joel Pizzini, novo curta e o longa Anabazys, seguida de bate-papo

 Nessa terça, no CCBB Rio de Janeiro, exibiremos um curta e um longa do cineasta Joel Pizzini, homenageado da Mostra em 2008, que volta esse ano em uma de nossas sessões retrospectivas.

Trecho do texto de Joel Pizzini no catálogo da MFL de 200http://www.mostralivre.com/p>

“Fiz o “Anabazys” também com a Paloma Rocha, que é um longa que nasceu de um extra
de dvd para o relançamento de “A Idade da Terra” (o último filme de Glauber Rocha). O material bruto tinha muitas filmagens a mais e nós tivemos acesso a todas as sobras, horas e horas. Acesso também aos copiões. Tinha uma primeira versão de quatro horas do Glauber. Como Ricardo Mirando tinha sido o montador, então ele re-sincronizou vários trechos esta versão. Então, nossa, tínhamos um material maravilhoso.
E olha só a história: o dvd caiu na mão de uma diretora de um festival lá em Friburgo, na Suíça,que achou bacana. E como ela foi trabalhar em Veneza como assessora do Marco Miller,
levou o dvd pra lá. O Marco assistiu, ficou impactado e tal, e o convidou o nosso extra como um filme oficial! A gente falou “mas não é um filme...” e ele disse: “isso daqui não é um dvd, é um musical!”. Ele queria do jeito que estava, mas tínhamos a consciência de que havia certa limitação, inevitável do dvd, dividido em blocos, interrompido etc. Fomos montando, montando, aí nos animamos a trazer outros filmes do Glauber; a romper e criar um fluxo delirante que foi transbordando. A gente estava trabalhando com o “Idade da Terra”, que é um filme de ruptura que permitiu, num espaço de longa-metragem, voltar a experimentar e com toda liberdade. A versão exibida em Veneza tinha 2h40min e eles queriam assim mesmo. Para Brasília a gente chegou numa versão que resultou em 1h40min. Então o filme ganhou
uma unidade como se fosse um corpo só. Então ficou uma experiência de perder o fôlego,
porque o filme não identifica quem está falando, há muita liberdade de trabalhar essa idéia da
simultaneidade. Dos vários sons coexistindo, o Glauber entrando no plano, as sobras... Há vários feixes narrativos cruzando desde história dos filmes da Embrafilme, da censura, do “Abertura” (programa de televisão apresentado por Glauber); tem muitos subtextos. Na verdade é um vômito lírico esse filme, se eu pudesse traduzir essa experiência. Tanto que é difícil classificá-lo; ele passou no Festival de Brasília e, tudo bem, foi premiado, mas a grande discussão era se é um documentário ou não; afinal, o que é o filme.”

 

Rio de Janeiro
Cinema 1 – Terça, 22/03, 20h

Regard Edgar
MG, 2010, 8min, DVD
Plano-sequencia rodado em Cataguases – MG, uma fita-manifesta pela ravitalização do Cine
Teatro Edgar, espaço de iniciação do cineasta Humberto Mauro e seu grande colaborador, o
fotografo Edgar Brazil.
Direção e Roteiro: Emílio Gallo, Gustavo Jardim e Joel Pizzini. Produção Executiva: César Piva, Henrique Frade e Monica Botelho. Produção: Guilherme Fiúza. Fotografia: Fábio Nascimento. Som: Julio Mauro. Arte: Oswaldo Lioi. Edição e Edição de Som: Bruno Abadias, Gustavo Jardim e Joel Pizzini. Elenco: Maurice Capovilla, Luiz Carlos Lacerda, Rafael Raposo e Luiz Ruffato.

Anabazys
RJ, 2007, 98’, 35mm
“Anabazys” é um prolongamento de “A idade da Terra”, (1980), o filme-testamento de
Glauber Rocha, na medida que recria a memória em torno da génese e produção do filme. Não se trata apenas de um tributo, mas sim de um ensaio reflexivo sobre o método de um artista
no apogeu de sua expressão polytico-poétyca. Narrado em primeira pessoa pelas “vozes” de
Glauber, “Anabazys” experimenta suas lições visionárias por meio da participação do elenco,
equipe técnica e colaboradores, que revisitam o imaginário de “A Idade da Terra”. Além de investigar as motivações estáticas e a luta incansável de Rocha pela liberdade no País, “Anabazys” procura examinar ainda as raízes dos preconceitos forjados historicamente para excluir o filme do circuito cinematográfico.
Direção: Joel Pizzini e Paloma Rocha. / Entrevistados principais: Glauber Rocha (arquivo), Tarcísio Meira, Norma Bengell, Ana Maria Magalhães, Jesse Valadão, Orlando Senna, Gustavo Dahl.









Mostra do Filme Livre 2011
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