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Iaia et Leni e Ovos de dinossauros na sala de estar ser�o premiados

O Paraná esta de parabens, teve 12 curtas selecionados e, destes, 2 serão premiados na MFL 2012, confira abaixo os textos inéditos escritos pela curadoria da ostra sobre tais protagonistas!

IAIA ET LENI, de Eugenia Castello, Curitiba, PR

Delicadamente bruto, este Super-8 de apenas 3 minutos nos mostra, em um primeiro momento, duas ruivinhas de mais ou menos 3 anos de idade se esbaldando em uma mesa repleta de doces, como num registro caseiro de alguma festa de aniversario infantil. O que aparentemente não passaria de uma despretenciosa brincadeira em familia de repente se transforma em um delirante ato libertário dos mais violentos e ao mesmo tempo singelos que nem o mais perverso dos espectadores poderia prever, ou pelo menos não naquele contexto inicial: As garotinhas estão na verdade celebrando o recém consumado assassinato da mãe, figura estática que nos é revelada com as pernas pro ar, enterrada no jardim. Isso em meio a um áudio ruidoso que mistura o próprio som do rolo do filme a girar com risadas de crianças e barulhos de pássaros e vento, compondo uma paisagem sonora típica de um jardim em uma primavera remota, bucólica, guardada em alguma gaveta obscura da memória. A poética onírica e delicada das camadas de imagem e som em justaposição a brutalidade de seu mise-en-scene faz de Iaia et Leni uma das mais instigantes obras de seu tempo, em seu tempo, consumido vorazmente enquanto a camera roda, enquanto a vida passa e nós brutalmente  matamos nossa ancestralidade, enquanto o tempo nos mata, delicadamente.   Por Gabriel Sanna

 

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OVOS DE DINOSSAURO NA SALA DE ESTAR, de Rafael Urban, Curitiba, PR

Quem faz documentário sabe o quanto é difícil equilibrar uma série de fatores: o grande desafio é informar da melhor maneira possível o objeto escolhido, mergulhar respeitosamente sobre o seu universo e, ainda, descobrir uma linguagem particular para não cair no velho rame-rame dos depoimentos talking heads. Quanto a este último quesito, é bom também ter cuidado de não cair na esparrela da ultra-autoria, o que faz o filme virar, muitas vezes, um documentário sobre o ego do diretor.

Mas o curta curitibano “Ovos de Dinossauro na Sala de Estar”, de Rafael Urban, consegue unir todas estas diretrizes de uma maneira exata. Todo centrado em um único local (um apartamento) de uma personagem incrível (a alemã Ragnhild Borgomanero, que, por sua vez, tematiza seu falecido marido), Urban nos conduz a uma viagem através de objetos e lembranças que culminam na ancestralidade terráquea com os apetrechos do título, que realmente estão na sala de estar do belo apê. E, para esta condução, o diretor simplesmente deixou o tempo fluir, com enquadramentos inteligentes e que deixavam a entrevistada falar espontaneamente. Pra que mais firula além do equilíbrio?   Por Christian Caselli

 Confira os locais e datas que tais filmes passarão aqui mesmo.









Mostra do Filme Livre 2011
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