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Esse Amor que nos Consome

Confira os horários das próximas sessões do filme e o texto do curador Chico Serra sobre a obra. 

SÃO PAULO

• Dia 26-04-2013 (Sexta-feira)
19:00 - LONGA LIVRE 8 :: Esse Amor que nos Consome (CCBB SP Cinema (Comentada) /SP)

http://www.mostralivre.com/

BRASÍLIA

• Dia 09-05-2013 (Quinta-feira)
20:00 - LONGA LIVRE 8 :: Esse Amor que nos Consome (CCBB DF Cinema (Comentada) /DF)

Esse Amor que nos Consome, de Allan Ribeiro

O TERREIRO, O AMOR E A CIDADE

Um tabuleiro de búzios. Fora de campo, a voz de Gatto Larsen esclarece que se trata de um problema de moradia. Também fora de campo, a Mãe de Santo saúda todos os orixás, conversa com as divindades e afirma que Iansã estará abrindo seus caminhos: 'Não importa o caminho. Não precisa de dinheiro. Vocês vão permanecer nesta Casa'. Eparrei Oyá! A mesma Iansã que protege Rubens Barbot, desde sua confirmação no terreiro das artes e outras linguagens não verbais - a dança do orixá no candomblé aproxima a linguagem não verbal de sua dançavida. Esse terreiro é compartilhado e Barbot e Gatto vão construir juntos um espaço de vida e arte em um casarão que se encontra à venda no centro da cidade. Mas a cidade, para eles, é outra. O centro da cidade é espaço de afeto, poesia, memórias e danças que refletem as crônicas da cidade subterrânea: os operários das obras transtornados pela nova versão da Cidade Maravilhosa, que expulsa seus próprios moradores; traficantes, bêbados e puxadores de fumo em uma favela carioca, agora ponto turístico, com a 'bênção' das UPPs; o toque e a dança dos orixás e a coreografia quase surrealista de um dos dançarinos que mostra um novo passinho do funk carioca. Corte para a 'vida real': conversa com o povo de rua, um diálogo sobre a solidão e a violência urbana, uma idosa solitária - Allan Ribeiro reencontra uma das mais divertidas personagens de seu documentário de estreia, Senhoras (2001), em deliciosos papos na Praça da Cruz Vermelha, fronteira emblemática entre a Lapa e a Zona Norte da cidade. Há um estranho sentimento de pertencimento (e distanciamento) em relação à cidade, que não é a cidade da praia e do carnaval, mostrada à exaustão em grande parte das produções cariocas. É um outro olhar sobre o Rio Babilônia. Ao acompanhar o cotidiano do casarão onde moram e sua vizinhança com suas ruas vazias, estas duas cidades coexistem. O mesmo Rio de Janeiro, lugar de especulação mundial, às vésperas de Olimpíadas e Copa do Mundo, existe para Gatto e Barbot e companhia como lugar de sonho e resistência. O processo criativo de Barbot e Gatto, que também assinam a direção de arte, é a invenção de Allan Ribeiro em Esse amor que nos consome, filme raríssimo no recente cinema brasileiro, que escapa de qualquer gênero. Sem ser documentário nem fi cção, a vida e os ensaios de Gatto, Barbot e sua companhia de dança se misturam a diálogos verdadeiros einventados. Allan Ribeiro acredita em seus personagens- atores, há um terreno (ou terreiro) comum, uma confi ança, identifi cação total entre diretor, filme e personagens. Entre o desejo de Gatto e Barbot de fazer uma grande montagem de um espetáculo e a difi - culdade de um dos integrantes do grupo que necessita trabalhar e ter salário fi xo para ajudar a família, está tudo lá, a dignidade de viver da arte, a construção de um terreiro/casa/afeto, a certeza de um caminho, de estar fazendo 'história no terreiro'. A fé na potência da energia da arte: 'é a partir desta energia que a gente irradia, instala, impregna as paredes, a vizinhança. É por isso que é meio difícil sair deste lugar'. Isso é quase um manifesto! O tal amor que consome. Um dos mais belos longas de estreia de um diretor carioca. Uma metáfora poderosa.

(Chico Serra, curador da MFL, sobre "Esse Amor que nos Consome")

 

SINOPSE

Gatto e Barbot são companheiros de vida há mais de 40 anos e acabam de se instalar em um casarão abandonado no Centro do Rio de Janeiro. Ali, eles passam a viver e ensaiar com sua companhia de dança. A luta do dia a dia se mistura à criação artística e à crença em seus orixás. Através da dança eles se espalham pela cidade, marcando seus territórios.


FICHA TÉCNICA

Diretor: Allan Ribeiro
Duração: 80min
UF/Ano: RJ/2012
Roteiro: ALLAN RIBEIRO E GATTO LARSEN
Produção Executiva: ANA ALICE DE MORAIS
Direção de Produção: CO-PRODUÇÃO: CAVÍDEO E LINK DIGITAL
Fotografia: PEDRO FAERSTEIN
Câmera: PEDRO FAERSTEIN
Arte: GATTO LARSEN E RUBENS BARBOT
Som: IVES ROSENFELD
Edição: RICARDO PRETTI
Elenco: GATTO LARSEN RUBENS BARBOT WILSON ASSIS CLÁUDIA RAMALHO RUBENS ROCHA ULISES OLIVEIRA NEGO MAIA ÉDER SILVA LUÍS MONTEIRO VALÉRIA MONÃ ZEZÉ VENENO FERNANDO SILVA FERNANDO SILVA VALERIA MONÃ
Contato: 3 MOINHOS PRODUÇÕES - ANA.ALICE@3MOINHOS.COM

 









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