DJALIOH, um dos longas premiados

Hoje, dia 16-03, às 19h no Cinema 2

Filmes:
"Encontro com São João da Cruz" De Daniel Ribeiro Duarte - MG
"Djalioh" De Ricardo Miranda - RJ


DJALIOH, de Ricardo Miranda

Montador de filmes sintomáticos como A Idade da Terra, de Glauber Rocha, Triste Trópico, de Arthur Omar, e Crônica de um Industrial, de Luiz Rosemberg Filho, entre vários outros, Ricardo Miranda é parte significativa de um “cinema de invenção”. Seu trabalho como realizador, menos conhecido do que deveria, ainda merece ser melhor avaliado. Nesse sentido, DJALIOH talvez seja o seu trabalho mais radical. Se Miranda é mais conhecido através da montagem de filmes delirantes e elípticos,
o sinuoso Djalioh é um filme muito mais de encenação do que de montagem, mostrando a versatilidade do diretor.

Essa adaptação sensual de um conto de um jovem Flaubert seduz por seu tom misterioso, pelo absoluto rigor da mise-en-scène e por suas influências straubianas. Ainda assim, uma sensualidade imanente anuncia a iminência de uma tragédia. Entre o lírico e o mórbido, entre a razão e o instinto, entre o explícito e o implícito, entre a literatura e o cinema, Djalioh é um filme de falsas aparências, misterioso e soturno, contando ainda com o expressivo trabalho dos atores Otávio III, Bárbara Vida e Mariana Fausto. Sem contar com recursos públicos, com baixíssimo orçamento, num trabalho cooperativo entre os membros da equipe, o rigor de Djalioh quebra supostos cacoetesdo cinema independente, comprovando que invenção não é uma questão de idade e sim de coragem.
Por Marcelo Ikeda

 







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