O destaque paulista nesta edição é o curta Magnífica Desolação, de Fernando Coimbra, que virá ao Rio receber seu troféu Filme Livre e conversar com o Público após a sessão.

MAGNÍFICA DESOLAÇÃO, de Fernando Coimbra, São Paulo, SP

Ao lançar seu olhar sobre o cotidiano de alguns condutores de trem Brasil afora, Magnifica Desolação estabelece um diálogo direto com o mais primitivo dos cinemas sem deixar no entanto de ser extremamente atual. Sua concepção de imagem em movimento, assim como nos primeiros filmes, não se dá  necessariamente através de travellings arrojados ou outros maneirismos, mas na simplicidade de uma câmera que se põe a realizar junto do espectador a própria jornada do filme, através do olhar de seus personagens. Quase não vemos o rosto de quem “vemos” na tela, mas os percebemos muito bem de carona em  subjetivas muito bem tramadas também com o som (camadas de ruídos eletrônicos condensadas com outras de som direto). Depois dessa imersão proposta em seu início e de alguns depoimentos fragmentados pela montagem sobre temas recorrentes de filmes-de-viagem como a vida na estrada e a saudade de casa, Magnifica Desolação vai desacelerando até terminar, como se fosse um trem, chegando em seu destino final - a retina do espectador.   Por Gabriel Sanna

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