Buracos NegrosSELECIONADO ![]() |
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Sob especulativo processo de reforma urbana no bairro da Luz, centro da cidade de São Paulo, um amplo aparato de repressão policial é instalado na região conhecida como Cracolândia. A quadra onde se localizara a antiga rodoviária da Luz é demolida para dar lugar a um novo teatro de dança da cidade. Nas bordas desse vazio, incursões com uma câmera de vÃdeo e intervenções performáticas experimentam modos diversos de movimentação e existência corporal na metrópole. | PROGRAMAÇÃO
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Texto Premiação“ Buracos negros é um cinedança feito em três
movimentos, um fi lme que surge de uma belÃssima
performance realizada no centro da cidade
de São Paulo, no mesmo lugar onde sangrou
o coração da guerra entre policiais e viciados
em janeiro do ano passado: a cracolândia.
Presentes e atentas ao profundo processo de
transformação que se desenrola no local, as
bailarinas e a câmera despejam sua poética
pelas calçadas, enrolam cores nas grades, repetem
os gestos da retroescavadeira. Chove
forte e a cidade continua a arder. Os habitantes
do local se aproximam. Consumidos pelo
crack, eles vagueiam sem entender a presença
das moças, das câmeras. Na crença de que
a arte pode estar em qualquer lugar, o grupo
segue seguro em suas ações e a dança se instala
na cracolândia. O corpo humano é, afi nal,
capaz de dançar. Com essa capacidade mágica,
temos toda a beleza dos gestos, o ritmo, a
entrega. A dança chega vestida pela própria
cidade, giros e saltos, sentimentos e angústias
compartilhados. E temos, enfi m, o samba, essa
joia criada no Brasil, com a bênção anual do
carnaval. Cantarolando suas canções, os cracudos
olham a câmera e dançam também. O
fi lme consegue outra possibilidade para o confronto
com o temido marginal: a arte. Através
da performance surgem novos encontros, novas
compreensões para o dilema de estar nessa
fascinante encrenca que é o século XXI. Uma
experiência para além do cinema e da dança,
um desejo de profunda transformação da vivência
urbana, uma homenagem às histórias
da glamourosa Boca do Lixo e à simplicidade e
grandiosidade da sabedoria popular.
(Cristiana Miranda) ”
Diretor: Nana Maiolini Duração: 17min UF/Ano: SP/2012 Roteiro: Nana Maiolini Produção Executiva: Nana Maiolini Fotografia: Nana Maiolini, Bruno Rico, Diego Arvate e Larissa Guelman Edição: Nana Maiolini e Diego Arvate Elenco: Anna Luiza Marques, Adriana Nunes, Luiza Faria, Luiza Moraes e Grande Elenco. Contato: Nana Maiolini - nanamaiolini@gmail.com |
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2002 - 2013 MFL | Mostra do Filme Livre | Tecnologia Rivello/Menta | Produção WSET MultimÃdia