Sinopse:
Sob o sol ofuscante, Clara se esforça para enxergar sua famÃlia e a realidade que a cerca.
Comentário da Curadoria
Por Cid Nader Há em Cloro uma certa tentativa de isolar – por várias razões sutis – o branco burguês decadente do negro ainda, na realidade, quase escravo, e também o primeiro na alça de mira de acusações. Mas ao invés de calhar como um trabalho que remeta a sentimentos de culpa sendo vasculhados como modo sincero de expiação, o que fica mesmo é a sensação do burguês culpado que, mesmo tentando essa expiação, o faz de modo sensivelmente afeito ao lado dominante pensando sobre o assunto: sim, não conheço o diretor para “acusá-lo” de ter esse olhar como seu mandante, mas é evidente que os métodos fílmicos empregados fazem pensar no filme como um exemplo curto do que se faz em parcela do cinema europeu colonialista olhando os seus colonizados e arrasados nos dias atuais. Porque, se é até justa a intromissão do quesito desejo carnal dialogando com a aversão interiorizada (algo que talvez possa ser mescla entre o modo de enxergar e retratar a burguesia de Walter Hugo Khoury, e o modo analítico de Nelson Rodrigues), a mecânica do procedimento de captação das imagens já por si só faz entender que se faz tudo ali como modo de dar credibilidade ao que seria exercício de estilo: exercício que, se isolado da história, se faz perceptível demais no movimento constante da câmera sobre mecanismos que a conduzem para que fique tudo à perfeição ao olhar domesticado (não ao que busca até num possível escorregão a captação que ouse, para fazer mais justa a indignação ou algum tipo de desejo pulsante), se percebe na edição correta e que brinca pelo viés mais comum no que poderiam ligações entre um ir e vir de “sonho” e realidade, ou na utilização da luz do sol como artifício modificado pela ação do cloro sobre a íris, por exemplo. E, se isolado o exercício de estilo e destilado com filtro fino o que se conta no curta, resta mesmo história voltada para um lado, sentida por um lado, contada por um prisma, tentando vender aquele agir para expiar citado acima. Incomoda demais nesse tipo de produção, muito mais do que simplesmente ser um filme que retrata os dramas burgueses (há de se aceitar que esse é um quinhão da sociedade e se bem tratado rende boa obra – novamente cito o Khoury), perceber por antecipação a que destino será levada a trama, já que ela existe: e que esse destino não é bacana, porque parece fruto de cartilha de procedimentos, de como agradar, de onde se deverá fincar o pé no último passo para fingir que se andou sobre terreno escorregadio, enquanto a próxima ação poderá levar ao abismo. Fonte: CINEQUANON, http://www.cinequanon.art.br/ |
PROGRAMAÇÃO
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Direção: Marcelo Grabowsky Duração: 18min UF/Ano: RJ/2014 Classificação Indicativa: 14 anos Equipe: Direção e roteiro: Marcelo Grabowsky Produção executiva: Julia De Simone Direção de produção: Carolina da Cunha Direção de Fotografia: Mauro Pinheiro Jr, ABC Arte: Marcos Reis Figurino: Sassá Magalhães Som direto: Pedro Sá Earp Edição de som: Bernardo Uzeda Mixagem: Gustavo Loureiro Montagem: Ricardo Pretti Elenco: Ana Vitória Bastos, Beatriz Nunes, Daniela Galli, Flávio Mariano, Marilia Coelho, Matheo Marra, Miriam Padilha, Roberto Birindelli Contato: Marcelo Grabowsky - marcelo@miradafilmes.com.br |
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