Sinopse:
Atraso, intervalo, espaço. O que o espaço contém de tempo na duração do instantâneo da imagem? Como retratar o tempo retirando-lhe o caráter documental que a imagem sempre produz? A imagem num cinema contemporâneo, não referencial, não é imitação das coisas, mas um intervalo produzido de forma a exibir a natureza mesma da linguagem cinematográfica ao falar sobre o tempo cinema. Time Gap aborda o nascimento da imagem, retomando o negativo fÃlmico como pele de inscrição para expor e tentar exaurir suas possibilidades de esgarçamento através da tecnologia digital. O filme foi realizado em Detroit, berço da indústria automobilÃstica, cidade Ãcone do capitalismo americano e que hoje se encontra em profunda decadência.
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PROGRAMAÇÃO
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Texto Premiação“ Uma cidade em ruÃna, um casal habitando nela, se bem que não se sabe bem o quê. Retocam o batom com o mesmo automatismo com que retomam seus postos na vitrine da grife onde vivem, panques de butique, agora três, caminham na paisagem rarefeita da ex cidade-coração-automobilÃstico-do-status-unidos-da-américa-de-lá. A descrição podia ser um resumo distraÃdo de Time Gap, trabalho de maior destaque do Duo Strangloscope na Mostra do Filme Livre 2015. No entanto não há qualquer tom épico ou apocalÃptico na atmosfera
grifada em super8 pelo duo, ao contrário, trata-se de um pós-nada abordado com extremo realismo, sem maquilagem ou qualquer esforço publicitário em parecer sujo. apenas somos.
e o resto
Cláudia Cárdenas & Rafael Schlichting trabalham juntos desde 2002. Depois de eras experimentando linguagens e métodos em diversas oficinas e com a prática de realização em equipe mÃnima que adquiriram, descobriram a possibilidade de buscar uma maior liberdade artÃstica, rompendo de vez com paradigmas narrativos, sejam eles de icção ou documentário, e se desvinculando da estrutura industrial que ainda engessava o cinema brasileiro daquele então. Hoje, a cada ano, bombardeiam a MFL com os mais diversos experimentos fÃlmicos, em diferentes bitolas, de molecagens sobre intervenções-putaria em pelÃcula à imagem ruidosa por exemplo de um scanner, scratching e outras técnicas,
além dos experimentos com construção de cena, seja ela com atores, paisagens imóveis ou mesmo a antiestética do selfie, onde os próprios realizadores dão a cara aos tapas em alguns casos. Em paralelo, ambos vêm sendo figuras fundamentais na formação de uma cena de cinema experimental em Santa Catarina, especialmente em Floripa, sempre proporcionando as mais diversas mostras dos mais avançados cinemas propostos mundo afora. Tais razões seriam suficiente pra que eles fossem parceiros eternos da MFL, mas esse ano eles fizeram o favor de nos presentear com um singelo soco na boca do estômago, sobre um beijo de batom e um bilhete já borrado, onde pouco se lia. my name is time gap. Gabriel Sanna ”
Direção: Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting Duração: 11min UF/Ano: SC/2014 Classificação Indicativa: Livre Equipe: Claudia Cardenas e Rafael Schlichting - direçãoRafael Schlichting - foto/edição Elenco: Topher Horn Justine Tobiasz Alexandra Bourque Contato: Cláudia Cárdenas Pires Ferreira - cofilmes@gmail.com |
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