MFL 2016 - Clique aqui para conferir!

Estátua!
CONVIDADO

Sinopse: A babá Isabel está no sexto mês de gestação e mal pode esperar para ser mãe. Até conhecer Joana.


Comentário da Curadoria
Por Cid Nader Já na segunda tomada de A estátua, de Gabriela Almeida, alguns minutos após o início quando Maeve Jinkings (protagonizando uma babá, ou acompanhante que tomará conta de Joana enquanto sua mãe se ausenta por dez dias), feita a partir de um corredor sombreado para captar as imagens do quarto onde a babá se instala, o clima obtido por uma “simples” angulação, pela inferência do sombreado ante a luz – e isso num recorte de pouquíssimos segundos -, já entrega as pretensões da diretora sobre o destino que e os desígnios que sua história pretendem alcançar para carregar o espectador. Obter antecipações de situações e possibilidades através de atitudes e opções técnico/estéticas, além de ser a idealização de todo e qualquer admirador do bom cinema, é algo tão raro nesse mundo de tantos filmes que o “simples” ato tem de ser destacado. Gabriela domina como poucos isso da confecção dos curtas-metragens, e mesmo nem sendo tão fã quanto outros de seu curta de apresentação. A Mão que Afaga (que não foi na realidade o primeiro, mas o que mais a projetou), impossível não lembrar de sua capacidade no criar situações e ambientes justamente pela manipulação de suas ferramentas. Outra virtude sua é o bom trânsito que consegue nos planos, sejam longos ou curtos, especialmente nos longos, sendo que eles (os longos), no espaço do curta-metragem por vezes podendo parecer passe de mágica: especialmente aqui, neste filme, o plano inicial com a mãe de Joana, ou um outro, quando a garota dança enquanto a babá se “contorce” diante de um espelho no corredor de passagem (aliás, de construção interessante em sua economia, quando se nota o quadro ampliado pela utilização do reflexo abrangendo dois ambientes e duas ações diversas), por exemplo, seriam peças deformadas e incabíveis se não bem planejadas, executadas e, principalmente, arranjadas em espaço correto e ajustado na edição. Planos longos, a princípio, parecem não combinar com o universo curtista, porque na maioria das vezes passam a impressão de terem sido abortos e entrechos de longas frustrados. E há todo o clima de sutil tensão que transborda daquele imaginário momento do segundo plano para todo o resto do filme, crescendo aos poucos em quantidade de tempo tomado, ainda possibilitado pelas opções de posicionamento da câmera (que em algumas tomadas – como mesmo na inicial – atenta aos atos, para após, por breve e sutil guinada, consegue efeitos de beleza plástica tão belos quanto justos ao dinamismo dos instantes) e pela utilização contrastante de luz e sombras entre os espaços, ganhando o auxílio do adensamento na atuação de Maeve (atriz que consegue variações por vezes inacreditáveis em suas personagens, mesmo sem abdicar de seu visual ou tentar pirotecnias maquiagem), e o necessário controle da velocidade e fluidez, que são obtidos, novamente (sempre e sempre) no instante da edição, da montagem, da escolha do que foi captado. Contrapor uma garotinha à figura maternal de alguém que surge de fora, estranha ao ambiente, pode até ser a utilização de dois ícones expostos em cartilha que muitos compram de modo automático e acomodado: a diretora optou por essas figuras (e há ainda a do bichinho enjaulado), mas lhes impondo muito mais nuances e sutilezas do que somente o que viria no pacote de compras - há desejo reprimido e ansiedade latente em uma, variações de dominada a dominante fluindo de modo fácil em outra, só pra começar... Há um último take bastante estranho. Há a cena angustiante de Maeve no banho. E tensões, das mais variadas, com climas criados e sensações brotando. Bela aposta! Fonte: CINEQUANON, http://www.cinequanon.art.br/

PROGRAMAÇÃO

  • Dia 15-03-2015 (Domingo)
  •    18:30 - Curta o Curta (CCBB - Cinema II /RJ)   18
  • Dia 29-03-2015 (Domingo)
  •    16:00 - Curta o Curta (CCBB - Cinema I /RJ)   29
  • Dia 27-04-2015 (Segunda-feira)
  •    18:30 - Curta o Curta (CCBB - Cinema /DF)   21
  • Dia 23-05-2015 (Sábado)
  •    16:00 - Curta o Curta (CCBB - Cinema /SP)   14
  • Dia 08-06-2015 (Segunda-feira)
  •    18:30 - Curta o Curta (CCBB - Teatro II /BH)   15
Direção: Gabriela Amaral Almeida
Duração: 24min
UF/Ano: SP/2014
Classificação Indicativa: 12 anos
Equipe: Direção e Roteiro: Gabriela Amaral Almeida; Produção: Lara Lima; Direção de Fotografia: André Brandão; Direção de Arte: Luana Demange; Som Direto: Raul Arthuso; Direção de Produção: Cecilia Magalhães; Montagem: Marco Dutra; Trilha Sonora: Rafael Cavalcanti; Edição de Som e Mixagem: Daniel Turini, Fernando Henna
Elenco: Maeve Jinkings, Cecilia Toledo e Clarissa Kiste
Contato: Liracine Produções Audiovisuais Ltda. (responsável: Lara Lima) - liracinematografica@gmail.com
   
   

(informações fornecidas pelos filmes no ato da inscrição online)





Mostra do Filme Livre 2015 | Desenvolvimento: Rivello/Menta