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La Llamada
SELECIONADO

Sinopse: Lázaro Escarze, um cubano revolucionário de 87 anos, vive num pequeno povoado e terá seu telefone instalado pela primeira vez na sua vida. Para quem ele vai ligar?


Comentário da Curadoria
Por Cid Nader Retratar Cuba, sempre e sempre parece ser um bálsamo para quem ainda imagine um lugar que seja como de moral de outros tempos, de maneira de pensar antiga mas plena de razões e de confiabilidade: e quase sempre deveria render filmes de muita atenção. Essa ilha, que ainda mantém em seu modo de vida algo de pureza, de crença, de vinco com amizades e reações espontâneas de tristeza que se nota somente nas crianças, nos dias de hoje, pelo mundão rendido fora de suas fronteiras. Local em que isso das fronteiras pesa mais do que em nenhum outro: isolada dentro delas pelo mais insano embargo da história humana (que gerou isso de manter honestidade antiga entre os que permaneceram dentro delas, e que causou uma certa sensação de tristeza constante, pela ausência e incomunicabilidade dos que resolveram que deveriam sair para fora - delas) . Gustavo Vinagre (sem que eu saiba ao certo de sua ligação com Cuba, para além da Escola de Cinema, mas notando que dedica esse seu curta a alguém com seu sobrenome, o que faz intuir ser seu pai o homenageado – isso não importa tanto -, até pelo desenrolar da história, pela destinação de seu envolvimento com o velho Lázaro Escarne, dono de um armazém que só se imaginaria por lá nos dias atuais, ou nas periferias do Rio de Janeiro de algumas décadas “ayer”) criou A Chamada como uma metáfora que eleva diversas formas de fronteiras como as que o conduzirão por seus lindos e raros caminhos. Sim, porque o que se encontra no curta é de raridade e beleza única, antes de tudo (ou melhor, após: pelo que resta em nossas retinas, memória, sensações): não consegue escapar da lembrança o diálogo sentido de Lázaro com o diretor próximo do final, no instante em que a ficção se faz presente de forma mais evidente, e que o pega de improviso, atingindo-o no mais dolorido dos seus sentimentos. E quando falo de seu trecho mais perceptivelmente ficcional, deve-se notar que é justamente nessa indecisão de certezas sobre os rumos, nas “fronteiras”, justamente, que Gustavo se escora, para criar ritmo e fluidez de mesclas, de fusões de situações, de beleza do visto (a fotografia em PB, aqui, escapando do que parece ser modismo anódino nas produções atuais, tem sua razão de ser como nunca: a Cuba que não é a dos turistas de hoje, que é a das pessoas que vivem, bem, por lá, como já disse acima, parece um bastião de pureza isolado no meio do oceano, é sessentista, é PB), de invenção. Ele fala do que pareceria impensável em tempos atuais nesse trecho capitalista que é o mundo inteiro fora a Ilha, de telefones fixos ainda a serem instalados (e, já aí, logo no início, uma grande sacada que mescla câmera subjetivando verdades locais), da mulher que pode tirar a paciência do octogenário senhor revolucionário ao reclamar de uma batata com um pedaço podre (país embargado, lembremos), de um filho que o é por opção carinhosa... E tudo encarado por outras fronteias propostas, aí, por ele: porque jamais se saberá até onde o ficcional que inicia o parágrafo o é mesmo, tanto quanto há de se intuir em que momentos há as “verdades reais”. Na realidade tudo é perceptível, mas funciona de forma tão harmonicamente híbrida, com resultado tão corretos, que soa justo acachapar de encanto, pensando que há no curta diversas fronteiras para contar de alguém, dentro do local máximo que todas as fronteiras podem abrigar ainda nesses tempos atuais tão iguais – para fora de lá. Fonte: CINEQUANON, http://www.cinequanon.art.br/

PROGRAMAÇÃO

  • Dia 22-03-2015 (Domingo)
  •    19:30 - Mundo Livre 1 (CCBB - Cinema I *seguida de debate com premiados /RJ)   58
  • Dia 02-04-2015 (Quinta-feira)
  •    16:00 - Mundo Livre 1 (CCBB - Cinema II /RJ)   33
  • Dia 25-04-2015 (Sábado)
  •    16:00 - Mundo Livre 1 (CCBB - Cinema /DF)   51
  • Dia 16-05-2015 (Sábado)
  •    16:00 - Mundo Livre 1 (CCBB - Cinema /SP)   32
  • Dia 06-06-2015 (Sábado)
  •    17:00 - Mundo Livre 1 (CCBB - Teatro II /BH)   29
Direção: Gustavo Vinagre
Duração: 19min
UF/Ano: SP/2014
Classificação Indicativa: Livre
Equipe: Roteiro e Direção: Gustavo Vinagre Produção Executiva: Max Eluard Direção de Produção: Clemilson Farias Fotografia: Giovanna Pezzo Som Direto: Raymi Morales-Brès Montagem: Juanjo Cid
Elenco: Lázaro Escarze, Alexei (Pacolo) Hernández, Gustavo Vinagre
Contato: Max Eluard - maxeluard@gmail.com
   
   

(informações fornecidas pelos filmes no ato da inscrição online)





Mostra do Filme Livre 2015 | Desenvolvimento: Rivello/Menta