Um evento fazer 10 anos no Brasil não é um feito qualquer. Foi preciso muita dedicação por parte de seus realizadores, bem como o aval que o CCBB nos dedica desde 2002.
Por isto, nada mais justo do que aproveitar tal data exata para fazer uma reflexão sobre o que foi feito neste período. Até porque a MF é festival que está sempre se re-pensando e acompanhando o que de mais novo há no audiovisual brasileiro. E que também nunca desprivilegiou qualquer tipo de bitola; muito pelo contrário - sempre incentivamos a utilização de novos formatos. E assim vai. Até porque o que não faltaram transformações no audiovisual e nas maneiras em fazê-lo.
Sempre incentivamos também a não  dependência do Estado para se fazer filmes. Não por uma questão de birra contra o Estado; mas sim contra quem só reclama que “cinema é muito caro” e não move o esqueleto. Nunca esteve tão fácil o
acesso tecnológico à filmagem e à edição; e a tendência é melhorar a qualidade dos equipamentos. Por isso nos orgulhamos em ser uma das primeiras mostras do Brasil (ou a primeira) a misturar de maneira sem-vergonha o mais límpido 35mm com o mais tosco VHS. O que nos importa é que o conceito de cada obra se valha. A FORMA inFORMA - e do dEFEITO pro EFEITO é só tirar o d.
E saibam vocês que não foi fácil selecionar os filmes desta retrô. Afinal são 10 anos passando coisas interessantíssimas. Ralamos feito condenados e pagamos pelos nossos pecados, mas estamos orgulhosos. Faríamos tudo de novo se preciso fosse. Mas com mais manha, afinal não somos bobos. Feita toda a programação, a platéia pode agora verificar a multiplicidade de formatos e tendências desta década de existência, notando também que passaram por aqui tanto filmes de realizadores bastante premiados posteriormente, como filmes de igual qualidade que praticamente só passaram por aqui. Vai entender. Mas estas e outras reflexões passamos pra você, espectador. Que através deste mosaico a platéia sinta ou
avalie o muito que mudou neste meio tempo - ou o quanto certas questões tocantes ao ser humano ainda jazem inquietas nas mentes dos nossos realizadores. Falei bonito agora.
Christian Caselli

RETRÔ 13 (86')

Rio de Janeiro
Cinema 1 – Quarta, 30/03, 16h

"Caixa Preta" De João Toledo - MG
"Alto Astral" De Hugo Pierot e Glaucia Barbosa - CE
"Fantasmas" De André Novais Oliveira - MG
"Os Eremitas" De Fernando Secco - RJ
"Voga " De Flavio Dezorzi - SP
"Eisenstein" De Leonardo Lacca, Raul Luna e Tião - CE

RETRÔ 14 (90')

Rio de Janeiro
Cinema 1 – Quarta, 30/03, 18h

"Justiça Emplaca" De Alexandre Bersot - RJ
"Depois do ovo, a guerra " De Komoi Panará - PE
"Circular" De Lucas Iannuzzi - SP
"Estertor" De Diogo Dias de Andrade, Davi Moori e Victor Reis - SP
"Entre o Terreiro e a Cozinha " De Joacélio Batista - MG
"Breve " De Pedro Bronz - RJ
"Final" De Gustavo Spolidoro - RS